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domingo, 20 de fevereiro de 2022

Clube da Luta - Chuck Palahniuk

A primeira regra do clube da luta é... fazer uma resenha depois de ler. Mas essa regra se aplica a todos os livros por aqui. Enfim, Clube da Luta é um livro extremamente diferente do que eu estava acostumada a ler. A narração em primeira pessoa é uma verdadeira imersão na cabeça de um personagem (sem nome) patologicamente insône, claramente em crise com a sociedade e a sua vida, tornando a ordem dos fatos e as ideias bastante confusas.

O protagonista é um verdadeiro vampiro do sofrimento alheio. Frequenta grupos de apoios a doentes terminais, pois o sofrimento alheio consegue o fazer se conectar com sua humanidade, botar para fora seus angústias e dormir algumas horas por dia. Então este personagem conhece Tyler Durden e a sua vida, antes ordenada e padronizada, começa a se transformar por inteiro. Começa perdendo seu apartamento e todos os seus bens numa explosão suspeita. Passa a frequentar um clube da luta, onde troca porrada com desconhecidos até um pedir arrego. Quando vê, está morando numa casa abandonada e montando um exército de pessoas disruptivas, prontas a ensinar à sociedade várias lições. E claro, no final, o plot twist já tão famoso que deixa tudo muito mais interessante.

Esse livro/filme não se tornou um clássico contemporâneo à toa. A quantidade de críticas sociais por página é absurda e muitas frases de efeito que ainda lemos por aí saíram dele. Esta obra toca as pessoas, as faz questionar muito da lógica produtivista e consumista que vivemos já há alguns bons anos. E, mesmo sendo de 1996, as críticas estão cada vez mais atuais e pertinentes, pois essa lógica só se tornou mais dominante e sufocante com o passar dos anos. "Work hard, play hard", dizem por aí. Enquanto Tyler Durden diz: "Trabalhamos em empregos que não gostamos, para comprar um monte de coisa que não precisamos."

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2021

Onde está Lúcia? - C. B. Alves

Neste pequeno thriller, a jovem Lúcia, cursando o final do ensino médio, simplesmente desaparece, sem deixar rastros, pistas ou sequer uma explicação para sua mãe. A pequena cidade fictícia de repente não é mais tão pacata assim. Os cidadãos em geral, amigos de Lucia em particular, se encontram apreensivos e confusos, sem saber se há a solta um sequestrador ou assassino em potencial.

Até que a mãe de Lucia morre, deixando uma carta de suicídio que cita várias personalidades, algumas de importância social, da cidade. A partir de então, as pessoas não se encontram mais apreensivas e confusas, mas com bastante medo ou raiva, pois de repente tiveram seus nomes embrenhados nessa trama toda mal explicada.. As investigações policiais começam a levantar a poeira muito bem escondida embaixo dos tapetes da cidade, segredos começam a ser revelados. Uma vibe que me lembrou a série "Não fale com estranhos", da Netflix.

Por meio da mudança da narrativa (o personagem narrador se alterna durante todo o livro), conhecemos diferentes personalidades, contextos familiares e versões das mesmas histórias. Pouco a pouco, mais personagens são encontrados mortos, e as perguntas do início se tornam cada vez mais latentes. Há um sequestrador à solta? Ele se transformara num serial killer? E, diabos, ONDE ESTÁ LÚCIA?

Este é o livro de estreia de C. B. Alves. Pode-se perceber pelo estilo literária uma marcante influência de roteiros hollywoodianos na vida da autora, inclusive nos nomes estrangeiros escolhidos para os personagens. A narrativa é bastante cinematográfica, com uma cadência e descrições típicas das telinhas, com cenas gráficas, principalmente aquelas relativas ao assassinatos. 

É uma história curta e li rápido, em apenas dois dias. Alves tem um estilo dinâmico de contar histórias. Entretanto, gostaria de ter tido tempo para e apegar mais aos personagens, aos seus sentimentos. A sensação que ficou no final é de que foi tudo um pouco corrido. Não posso dizer que o final foi surpreendente, mas certamente foi um livro divertido de ler.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2021

A Casa - Murillo Pocci

Um homem acorda e não há nada no seu apartamento, nem mesmo seus parcos móveis. Ele está nu, suas roupas estão num canto da casa, e onde está seu gato Júpiter? Veste as roupas e encontra dentro do bolso da calça um bilhete com um endereço. Sai pelas ruas buscando alguma pista do que acontecera. Vai à faculdade, porém não existem mais registros da sua matrícula. Vai às casas de seus pais e amigos, mas todas estão fechadas e abandonadas. Não há mais o que fazer para tentar entender sua nova realidade, a não ser ir para este endereço que está no bilhete e enfrentar o que estiver por vir. Neste endereço tem uma casa.

Essa casa tem uma arquitetura bizarra por fora, parece que não se sustentaria sozinha, e uma ainda mais bizarra por dentro, pois muda a cada vez que você passa por uma porta. É uma casa impossível. E seus familiares e amigos estão todos trancados lá dentro. 

Na sua jornada por dentro da casa, o protagonista vive a cada esquina uma situação mais inóspita que a anterior. Revive pesadelos de infância, encontra seres assustadores e assiste uma ou outra pessoa amada morrendo. Mas nem tudo é ruim. Ele também encontra aliadas, que o dedicam compreensão, carinho e o incentivam a continuar sua jornada pela casa, de forma a vencer os seus medos mais profundos e resgatar suas relações.    

A Casa é uma viagem para dentro de si mesmo e, como não poderia deixar de ser, me fez viajar para dentro de mim. Murillo Pocci tem uma escrita tão realista que em muitos momentos eu me peguei com o coração acelerado, como se estivesse eu mesma vivenciando um pesadelo. O autor utilizou de analogias perfeitas para nos contar um pouco sobre uma fase tão sombria da sua vida, onde teve que lutar contra uma depressão que destruía a si mesmo e aos mais próximos de si. A escrita é delicada e aos poucos vai revelando o que são essas analogias, não sendo um soco na cara (ou gatilho) para aqueles que vivenciaram ou vivenciam depressão. Aliás, quem infelizmente passou por isso consegue identificar com mais clareza as analogias do livro, bem como os sentimentos por trás da trama, as consequências de deixar nossos medos se retroalimentarem e crescerem, as sensações sufocantes das crises de ansiedade e pânico.

Apesar de parecer uma viagem a um passado horrível, A Casa, na verdade, é um livro lindo e encorajador para aqueles que vivenciam depressão. A mensagem otimista ao final mostra que é possível, sim, passar por momentos ruins na vida, mas sair dessa situação, e a sensação é de como se você finalmente tivesse conseguido colocar a cabeça para fora da água, depois de muito tempo quase se afogando.

Sabe, poucos foram os livros que conseguiram me fazer chorar. Esse foi um deles. Eu recomendo com todas as minhas forças.

terça-feira, 30 de julho de 2019

O Senhor das Moscas - William Golding

Em "O Senhor das Moscas", um grupo de meninos crianças e pré-adolescentes sofre um acidente aéreo e cai numa ilha paradisíaca e deserta. No início, ficam maravilhados com a ausência de uma figura adulta (o piloto do avião morreu na queda), divertindo-se na praia, fazendo guerrinhas, correndo sem camisa para todos os lados. Contudo, com o cair da noite, cai também a realidade nos ombros dos pré-adolescentes: sem um adulto, eles mesmos teriam que prover de comida, abrigo e alento para si próprios e as crianças muito pequenas. Logo vêem a necessidade de se ter um líder para direcionar as decisões e ações do grupo.

Começa então a se desenvolver uma micro representação  da sociedade, figurada por três personagens principais: Ralph, Jack e Porquinho.

segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

Memento Mori - Muriel Sparks

Num dia absolutamente comum, Dame Lettie, uma senhora de 80 e poucos anos, recebe um telefonema anônimo em sua casa com um aviso sombrio dirigido a ela: "Lembre-se de que irá morrer".

Assustada, procura seu irmão Godfrey e sua cunhada Charmian para ajudá-la. Godfrey sugere que procure a polícia, porém, para Dame Lettie, a própria polícia pode estar envolvida no caso. Charmian se encontra muito senil.

Dame Lettie continua a receber, todos os dia, o mesmo recado pelo telefone: "Lembre-se de que irá morrer". A senhora vai ficando extremamente incomodada e perturbada com o que ela considera verdadeiras ameaças. Aos poucos, as pessoas a sua volta começam a duvidar da veracidade do que é contado e de sua sanidade, até que eles próprios, todos entre 70 e 85 anos de idade, começam a receber exatamente o mesmo aviso. 


terça-feira, 23 de julho de 2013

Garota exemplar - Gillian Flynn

Os indícios de um crime, um casamento conturbado, pessoas complicadas, verdades diferentes sobre os mesmos assuntos e uma narrativa não-linear envolvente são os ingredientes para esse romance exemplar de Gillian Flynn, com o perdão do trocadilho. É quase impossível demorar mais que uma semana com esse livro na cabeceira, de tão perturbador e intrigante que é a trama inventada pela escritora. Assim como é impossível não imaginar essa história das telas do cinema. Quanto menos você souber sobre ele, melhor, mas, mesmo assim, duvido que alguém consiga estragar a graça dos momentos finais.

sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

O Historiador - Elizabeth Kostova

Eis que depois de muito tempo, retorno aqui para contar a vocês o que achei do último livro que li neste ano de 2011: O Historiador. 

Escrito em primeira pessoa por uma mulher de meados do século 20, o livro narra a história de uma menina e seu pai, um historiador, que, no começo da sua juventude se vê posto em uma aventura deveras macabra.

Numa noite na biblioteca, Paul (o pai) percebe que um livro um tanto diferente fora esquecido na sua mesa: um exemplar extremamente antigo cujas folhas estão todas em branco, exceto as duas que formam seu centro, onde é encontrado uma xilogravura de um dragão. 

domingo, 16 de outubro de 2011

O inimigo secreto - Agatha Christie

Continuando o meu segundo desafio, o de ler todas as obras da rainha do crime, Agatha Christie, segui para o segundo da lista: "O inimigo secreto", que eu já tinha em casa e, tenho quase certeza, já tinha lido, uns bons dez anos atrás. Como não consegui me decidir até o final se tinha lido ou não, fui até o fim. O resultado foi muito melhor do que o primeiro livro da autora ("O misterioso caso de Styles").

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

A Décima Sinfonia - Joseph Gelinek

Daniel Paniágua, musicólogo especializado em Beethoven e professor de uma universidade de música, foi convidado para assistir um concerto de título muito atraente: A Décima Sinfonia de Beethoven.

Uma observação relevante: Até onde é sabido no mundo real, Beethoven iniciou a composição da décima sinfonia. Alguns fragmentos foram encontrados ao longo dos anos, porém não há registro de um manuscrito com a décima sinfonia completa. Alguns músicos tentaram, sem sucesso, conectar estes fragmentos para dar alusão ao que seria a última e mais estonteante obra de Ludwig.

Voltando à ficção, Daniel foi ao concerto substituindo seu chefe de departamento, que tinha desavenças pessoais com o anfitrião do local onde o concerto se daria: Jesus Marañon, milionário e dono de um museu pessoal de máquinas de tortura.

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

O senhor das moscas - William Golding

Um avião cheio de crianças e adolescentes cai em uma ilha aparentemente deserta. Nem o piloto e nenhum adulto sobrevivem ao acidente e as crianças são deixadas à própria sorte na ilha. "O senhor das moscas", de William Golding, foi recusado por várias editoras, mas acabou publicado e ganhou o Nobel de Literatura em 1983. Com cara de livro infantil, "O senhor das moscas" tem nuances de nazismo, guerra, bullying, violência e morte.

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

O misterioso caso de Styles - Agatha Christie

Como se não bastasse o desafio de ler 50 livros em 12 meses, outra lista tem rolado em alguns blogs de literatura, desta vez sem prazo definido: ler pelo menos uma vez todas as obras da rainha do crime, Agatha Christie. Como eu não era grande conhecedora dela, apesar de ter uma grande biblioteca da autora em casa, gostei da ideia e peguei na internet a ordem das obras completas. Afinal, se é para ler tantos livros da mesma autora, que seja na ordem cronológica!

terça-feira, 19 de julho de 2011

Outra Volta do Parafuso - Henry James

Comecei a ler este livro, mais um dos livros da Abril Coleções, e algo foi me chamando a atenção. Ele parecia muito com outro livro que tinha lido neste mesmo ano: A Menina que Não Sabia Ler. As coincidências vão além do tempo, do local, das circunstâncias e dos nomes dos personagens. Estão também no constante suspense que envolve a história do começo ao fim.

A história é contada por Douglas, que tem em posse e lê para um grupo o diário de uma preceptora. Essa preceptora, por sua vez, descreve sua primeira experiência profissional, passada em uma casa no interior do país. Seu patrão, o dono desta casa, mora em outra cidade e se vê na guarda de um casal de irmãos órfãos. Não tem tato, tampouco interesse em cuidá-los e educá-los, deixando as crianças a total responsabilidade da preceptora. Logo no início esclarece que não quer sofrer nenhum tipo de incômodo com a educação deles e não quer ser chamado em circunstância alguma.

segunda-feira, 28 de março de 2011

Precisamos falar sobre Kevin - Lionel Shriver

Já havia mencionado a capa deste livro em outro blog e o resultado foi: acho medonha. Morro de medo desse menino com cara de bicho e preferia que ele não estivesse em capa nenhuma! Ainda assim, precisava ler este livro, que ocupou por algumas semanas algum lugar nas listas de bestsellers e que agora já vai virar filme. Consegui a versão em ebook, assim não preciso ficar olhando para ela! Tenho opiniões dúbias sobre o livro, mas, antes, preciso contar sobre o que ele se trata.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

A menina que não sabia ler - John Harding

Na minha corrida para ler mais de 50 livros em 2011, comecei a caçar os lançamentos do ano passado, que eu já tinha visto que eram muitos. "A menina que não sabia ler" (Florence and Giles) não é o romance de estreia do autor, John Harding, mas eu não conhecia nenhuma obra dele ainda. Confesso: mais uma vez comprei pela capa e pelo número de "estrelinhas" que ele recebeu no Goodreads. Esse livro foi devorado em menos de um dia, já que eu não poderia ir dormir sem saber o final daquela trama sombria e estranha, e valeu cada página.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

O Nome da Rosa - Umberto Eco


Umberto Eco inventou Dan Brown. Pelo menos foi isso que ele disse em uma entrevista à Paris Review, em que comparou o autor de “O Código Da Vinci” aos seus personagens de “O Pêndulo de Foucault”. E é isso também que você se pega pensando quando lê “O Nome da Rosa”. Apesar das frases em latim, em italiano, em alemão ou das referências à Bíblia que nem todos vão acompanhar, “O Nome da Rosa” é, antes de tudo, um romance investigativo com base histórica, igualzinho “O Código Da Vinci”. Só que muito melhor.

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Os Espiões - Luis Fernando Veríssimo

Você pode não ter se surpreendido com “As Mentiras Que os Homens Contam”, ou pode ter passado várias aulas de matemática lendo “Comédias Para se Ler na Escola”. Não importa, porque o Veríssimo romancista não é o mesmo Veríssimo cronista, a não ser pelo senso de humor inteligente e a boa escrita. “Os Espiões”, o último livro do autor, lançado no ano passado, com certeza merece destaque para quem gosta de ficção e de investigação leve.


quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Os homens que não amavam as mulheres - Stieg Larsson

Stieg Larsson é provavelmente um dos grandes autores de thriller da nossa era. Ou foi. Logo após escrever uma trilogia de livros que deixa muito escritor velho de guerra no chinelo, o escritor sueco morreu aos 50 anos de parada cardíaca, em 2004. Essa é a pior parte dos livros de Larsson, saber que não vamos ler outros.

quarta-feira, 15 de julho de 2009

O Caso dos Dez Negrinhos - Agatha Christie

Oito pessoas que não se conhecem são convidadas por anfitriões misteriosos a passar um tempo em uma ilha chamada Ilha do Negro. Lá, encontram o casal de mordomos que lhes informa que os anfitirões não estão na casa.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

O Poderoso Chefão - Mario Puzo

O livro nos conta a história da família Corleone na América dos anos 20 até depois da 2ª guerra mundial. As dificuldades dos imigrantes é bem retratada, explicando de certa forma como surge a Máfia.

Uma parte importante do livro é a forma que ele mostra Hollywood, o que não é passado inteiramente no filme.

Pra quem viu os 3 filmes , o livro trata da historia do primeiro filme e parte do segundo, sendo que tem um final bem diferente das telas.

Fica a dica do livro e o gostinho de curiosidade para os amantes do gênero.

Até o próximo livro, abraços .